Alunos da Classe Hospitalar do Hoiol aprenderam sobre o caminho da água desde a captação, tratamento nas estações até a chegada do recurso nas casas
O Parque Estadual do Utinga (Peut) recebeu, na manhã da última quarta-feira (29), a visita dos alunos da Classe Hospitalar Professor Roberto França, do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol), em Belém. Durante a excursão, os pequenos conheceram a Estação de Tratamento de Água do Complexo Bolonha e participaram da programação educativa da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa).
Recepcionados por uma equipe da Companhia, as crianças e seus responsáveis foram informados sobre os processos aos quais a água é submetida durante o tratamento. Os estudantes assistiram a vídeos educativos sobre a importância da preservação do recurso e conheceram o sistema de abastecimento ilustrado em maquete. Antes de seguirem para a visitação guiada no complexo, eles acompanharam a rotina na Central de Operação de Sistemas (COS), responsável pelo monitoramento do serviço.
A assistente social da Cosanpa, Adriana Viana, palestrou sobre os serviços de saneamento básico, nas vertentes de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Na ocasião, também foi realizada uma atividade dinâmica para a melhor aprendizagem.
“Nosso encontro de hoje foi um pouquinho diferente, pois tivemos um público misto, com crianças e adultos (responsáveis que acompanhavam os estudantes). O momento serviu para apresentar o Sistema de Abastecimento de Água da Grande Belém, esclarecer dúvidas, e falar sobre o desperdício. O ciclo da água é o ciclo da vida e posturas de economia contribuem para o meio ambiente. Precisamos cuidar e nos reeducar”, ressaltou Adriana durante discurso.
Biodiversidade – Ainda durante o passeio, as crianças se depararam com algumas ararajubas, espécie que já estava extinta na Região Metropolitana de Belém, mas que já se fazem presentes no parque graças a um projeto de reintrodução da espécie desenvolvido no Peut.
“A vinda das crianças ocorreu por meio da parceria da direção do hospital com o comando do BPA. Nós abraçamos a causa dessas crianças que lutam contra o câncer. E, por trabalharmos com trilhas ecológicas e palestras, estivemos no Hoiol com uma exposição de animais taxidermizados. Explicamos a importância de manter esses animais vivos e informamos sobre o cuidado que todos nós devemos ter com o meio ambiente, na preservação, conservação e proteção”, afirmou o 1° Sargento Nunes, do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA).
Foi a primeira vez que Rebeca Souza, 7 anos, passeou no parque. A visita deixou saudades e a menina já faz planos para voltar ao local com a mãe, a empresária Ravelly Souza. “Eu gostei muito, queria ter pulado na água e feito natação, mas não pude. Aprendi como é o caminho da água. Na próxima vez, vou alugar uma bicicleta para ficar andando por lá”, disse a menina, que recebe tratamento contra leucemia no Hoiol.
Os alunos do Oncológico Infantil não esconderam o entusiasmo ao conhecer o Memorial Verônica Tembé e a simbologia das 156 peças indígenas que integram o espaço. Experiência única para a dona de casa Eliete Oliveira, 40 anos, mãe de Maria Luiza, 8 anos, que trata Leucemia Linfóide Aguda (LLA), há um ano no Oncológico Infantil.
“É a primeira vez que venho ao Parque e estou gostando muito da visita. Nós conhecemos a estação de tratamento e achei muito importante para as crianças e para os pais também. Aprendi muita coisa sobre todo o processo, coisas que nem imaginava que existiam. Esses passeios são importantes para as nossas crianças, pois o tratamento do câncer não é fácil e tem dias que eles não estão legais porque perderam algum amiguinho ou por estarem longe de casa, da família, do irmão, do cantinho delas”, contou Eliete, natural de Tailândia, nordeste do estado.
De acordo com a professora referência da classe no Hoiol, Elvira dos Santos, a visita aliou momentos de lazer e de muito aprendizado. “Durante todo o mês de março, trabalhamos com as crianças a importância do consumo consciente da água e da valorização do recurso enquanto fonte de vida. As aulas culminaram com essa visita ao Parque do Utinga, onde eles puderam ver de perto como é feito esse tratamento da água em Belém. Eles estavam muito ansiosos e foi uma experiência bastante enriquecedora”, ressaltou a educadora.
Credenciado como Unidade de Alta Complexidade em Oncologia, o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo é referência na região amazônica no diagnóstico e tratamento especializado do câncer infantojuvenil, na faixa etária entre 0 a 19 anos. A unidade é gerenciada pelo Instituto Diretrizes, sob o contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), e atende pacientes oriundos dos 144 municípios paraenses e estados vizinhos.
Texto: Ellyson Ramos/Ascom Hoiol
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