Atividade pedagógica destacou a importância da preservação ambiental e da valorização das culturas tradicionais da região amazônica
Por Ellyson Ramos
04/11/2025 15h14
Na tarde de segunda-feira (3), alunos da Classe Hospitalar Professor Roberto França, do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol), participaram de uma atividade pedagógica no recém-inaugurado Museu das Amazônias (MAZ), localizado no Porto Futuro II, em Belém. A visita à instituição integrou o componente curricular de artes e linguagens e teve como objetivo ampliar o conhecimento dos estudantes sobre cultura regional, sustentabilidade e diversidade.
De acordo com a professora Ana Elvira dos Santos, a atividade ofereceu aos alunos uma vivência integradora. “Foi uma iniciativa da Coordenação-Geral do Atendimento Educacional Hospitalar e Domiciliar da Seduc (Secretaria de Estado de Educação) e envolveu todas as classes. Os objetivos pedagógicos da visita incluem a aplicação prática dos conteúdos de artes e a temática da sustentabilidade. Já os objetivos terapêuticos visavam proporcionar uma experiência fora do hospital, com contato com o meio ambiente e pontos turísticos de Belém, especialmente para os alunos que não são da cidade”, explicou.
Implementado pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG) em parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), o MAZ faz parte do Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM) da Secretaria de Estado de Cultura do Pará e busca unir ciência, arte e tecnologia em experiências imersivas e sensoriais. Durante a visita, os estudantes conheceram a exposição “Ajuri”, composta por instalações de onze artistas. A mostra, cujo nome vem do tupi e significa “mutirão, ajuda mútua”, propõe uma reflexão coletiva sobre a preservação ambiental e o respeito aos saberes tradicionais da Amazônia.
Para os alunos, a visita foi um momento de encantamento e descoberta. Lucas Carvalho, 17 anos, se impressionou com a arte indígena. “Gostei muito da representação, a forma como a pintura era feita, diferente de tudo que eu já tinha visto, me marcou bastante”, contou. Juliana Rodrigues, 9 anos, destacou o caráter interativo da exposição. “Achei muito interessante. Tem uma esfera gigante e muitas outras coisas que representam a história da Amazônia, a nossa história”, disse.
O estudante Nilson Marques também não poupou elogios e definiu a experiência como “extraordinária e enriquecedora”. “Aprendi sobre diferentes culturas e percebi a importância de respeitá-las. As fotografias e os quadros me impressionaram bastante. Tudo foi muito enriquecedor e nos proporcionou ampliar a mente e o conhecimento”, relatou.
Segundo a professora Ana Elvira, a experiência complementa os conteúdos sobre povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos estudados em classe. “A visita permitiu aprofundar a discussão sobre os povos tradicionais e despertar o interesse dos alunos pela vivência cultural da região. Trabalhar com espaços imersivos ajuda a compreender os impactos do desmatamento e da poluição, promovendo consciência ambiental e responsabilidade com a floresta”, acrescentou.
A coordenadora do Núcleo de Educação Permanente (NEP) do Hoiol, Natacha Cardoso, destacou que a ação está alinhada à Política Nacional de Humanização do Sistema Único de Saúde (SUS), que propõe uma atenção integral ao paciente, considerando também os aspectos sociais e culturais. “Atividades fora do hospital permitem consolidar o que é aprendido em sala por meio da transversalidade. O conteúdo teórico se transforma em prática e contribui para a formação integral dos alunos como cidadãos”, afirmou.
Ainda de acordo com Natacha, o NEP tem como missão garantir o direito à educação de crianças e adolescentes em tratamento de saúde, assegurando a continuidade do processo de aprendizagem e facilitando sua reinserção escolar e social. Ela destaca que desde 2015, ano em que o Hoiol foi fundado, a Classe Hospitalar Professor Roberto França é referência em educação inclusiva. O serviço é resultado da cooperação técnica da unidade com a Coordenadoria de Educação Especial (Coes), da Seduc. “Nosso maior desafio é promover o cuidado individualizado e manter viva a motivação pelo aprendizado, mesmo diante das adversidades”, concluiu a coordenadora.
Serviço – Credenciado como Unidade de Alta Complexidade em Oncologia, o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo é referência na região Norte no diagnóstico e tratamento especializado do câncer infantojuvenil, na faixa etária de 0 a 19 anos. A unidade é gerenciada pelo Instituto Diretrizes (ID), sob o contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
O Museu das Amazônias (MAZ) está situado no Armazém 4A do Complexo Porto Futuro II (Av. Marechal Hermes, 14, bairro do Reduto, Belém – PA). A entrada é gratuita até fevereiro de 2026, e os ingressos podem ser retirados no site sympla.com.br ou na bilheteria do museu.
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