Julho Amarelo: Campanha do Hospital Regional de Tucuruí alerta sobre os riscos das hepatites virais

Palestras, interações lúdicas, rodas de conversa e entrega de materiais informativos esclareceram dúvidas dos usuários da unidade gerenciada pelo Instituto Diretrizes no Pará

Por Wellington Hugles
31/07/2025 19h15

Com o apoio da equipe multiprofissional, a Humanização da unidade realizou atividades na recepção do setor ambulatorial e da Unacon, levando conhecimento e esclarecendo dúvidas dos presentes. Foto: Ascom HRT

O pescador Flavio Araújo Lopes, de 48 anos, não imaginaria que uma dor abdominal mudaria a sua vida de uma hora para outra. Após buscar atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Itupiranga (PA), ele foi diagnosticado com hepatite C, uma doença silenciosa que afeta milhões de pessoas no mundo. “No começo, parecia uma virose. Quando saiu o resultado dos exames, foi uma surpresa. Eu não esperava e até relutei um pouco em aceitar”, relatou o pescador.

A dona de casa Maria Duciomar Honorato Freitas, de 56 anos, está em tratamento médico no Hospital Regional de Tucuruí (HRT) e destacou que ações como essa de levar maior conhecimento e tirar dúvidas dos pacientes é super importante para que as pessoas afetadas com as hepatites não busquem tratamento tardio. “Eu vejo que não é bom ignorar as dores que sentimos, pois podem ser sinal de um problema mais grave, como foi a minha situação. O ideal é sempre procurar um médico”, sugeriu.

O caso da dona de casa está longe de ser uma exceção. No Brasil, segundo dados de 2024 do Ministério da Saúde (MS), estima-se que 630 mil pessoas tenham hepatite C, mas ainda sem diagnóstico e tratamento.

Foto: Ascom HRT

Identificar a doença precocemente aumenta as chances de cura. E foi com esse intuito que o Complexo Hospitalar Regional de Tucuruí (HRT), por meio da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), referência no diagnóstico e tratamento das hepatites virais na região do Lago de Tucuruí, abraçam o “Julho Amarelo”. A campanha  busca conscientizar a sociedade sobre estes cinco tipos de vírus que podem atingir o fígado e causar complicações: A, B, C, D e E.

Foto: Ascom HRT

Durante a programação, foram realizadas palestras, interações lúdicas e rodas de bate-papos com pacientes e seus acompanhantes. O foco da campanha, que encerrou na última quinta-feira (31), foi levar maior conhecimento sobre os cuidados com as hepatites virais.

O setor de Humanização, com o empenho da equipe multiprofissional, realizou atividades na recepção do setor ambulatorial e da Unacon, levando conhecimento e esclarecendo dúvidas dos presentes.

Foto: Ascom HRT

Foram entregues folders explicativos e abordados como tema principal a funcionalidade do fígado, que é responsável por diversas funções vitais, como metabolismo, armazenamento de nutrientes e desintoxicação. “Quando o órgão está comprometido pelas hepatites virais, essas funções essenciais são afetadas, podendo levar a complicações sérias”, explicou Edigleuma Barroso, coordenadora do setor de Humanização do HRT e Unacon.

Alerta – Os principais sinais das hepatites virais agudas são cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Muitas vezes, porém, nenhum sintoma é notado nos pacientes. “As hepatites B e C, particularmente, podem evoluir para formas crônicas e, em grande parte dos casos, são assintomáticas até os estágios avançados da doença. Ou seja, após a instalação de cirrose e suas complicações devastadoras, como o câncer do fígado. Por isso que o tratamento é importante”, afirmou Edigleuma Barroso.

Tratamento – O diagnóstico e o tratamento das hepatites virais são assegurados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os medicamentos são administrados por via oral, com prescrição especializada. Os diagnósticos são feitos por testes rápidos, sorológicos e a infecção é confirmada por exames de biologia molecular. Fazer testes com frequência é fundamental para identificação precoce e intervenção eficaz. O SUS também garante a vacinação desde a infância contra as hepatites A e B, essenciais na prevenção da cronificação da doença.