Gestores da unidade de saúde do Pará apresentaram trabalhos no evento, que reuniu especialistas para discutir avanços e desafios no tratamento do câncer infantojuvenil
Por Ellyson Ramos
19/05/2025 15h11
Sete trabalhos desenvolvidos por profissionais do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (HOIOL) foram apresentados durante o XIX Congresso Brasileiro de Oncologia Pediátrica, realizado entre os dias 14 e 17 de maio, em São Paulo (SP). O evento reuniu os principais nomes da especialidade no País e reforçou o compromisso da unidade de saúde paraense com a pesquisa, a inovação e o cuidado integral aos usuários atendidos.
O tema central da 19ª edição do evento abordou a “Equidade no Tratamento da Oncologia Pediátrica: Garantindo Acesso Universal às Tecnologias e Avanços Terapêuticos para Aumentar as Chances de Cura”. Para a oncopediatra e diretora técnica do HOIOL, Alayde Wanderley, o congresso representou uma oportunidade para o compartilhamento de conhecimentos e experiências de profissionais de diferentes regiões do Brasil.
“Percebemos que estamos no caminho certo. A participação de profissionais do HOIOL no evento foi de grande importância para o reconhecimento de uma pesquisa de qualidade, voltada para a regionalização, auxiliando na expansão e em benefícios para aplicabilidade no dia a dia da oncologia pediátrica no estado do Pará. Durante o evento, a região Norte pode mostrar as boas práticas utilizadas, trocar experiências, conhecer novas tecnologias com foco na atualização contínua”, afirmou a gestora.
Durante o evento, Alayde apresentou um trabalho sobre revisão de tumores raros em oncologia pediátrica, participou como moderadora em duas mesas-redondas e palestrou em outros quatro momentos.
“Foram palestras sobre políticas públicas que facilitam o acesso ao hospital de alta complexidade e sobre conhecer a rede assistencial de cada estado. Mostramos o protocolo de acesso ao HOIOL, que construímos com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), e que facilitou a jornada do paciente”, explicou a especialista, eleita para integrar a diretoria da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE), biênio 2025-2027.
A diretora assistencial do HOIOL, Alnilan Urel, também palestrou no evento a convite de Ana Lygia Melaragno, enfermeira oncologista e presidente do comitê de Enfermagem da Sobope e da Sociedade Brasileira de Enfermagem (ABEn-SP). Durante a apresentação do trabalho “Processo de Enfermagem na Oncologia Pediátrica: Desafios e Perspectivas”, a diretora abordou resoluções do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), como a nº 736/2024, que dispõe sobre a implementação do processo de enfermagem em todo o contexto socioambiental em que ocorre o cuidado de enfermagem. A apresentação foi elogiada pela clareza e por conter relato de experiência do trabalho desenvolvido no HOIOL.
“Nossa participação no Congresso foi uma experiência ímpar, um privilégio estar com uma equipe representando o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, o maior hospital público do Brasil em leitos exclusivos para oncopediatria. Conseguimos visibilidade e demonstrar que o processo de enfermagem no HOIOL está sedimentado. Além disso, fortalecemos laços e representamos os profissionais de enfermagem que atuam na oncologia pediátrica no estado do Pará”, afirmou Alnilan, que também apresentou o estudo, “Avaliação da Adesão ao Protocolo de Deterioração Clínica em Unidade de Internação de um Hospital Oncológico Pediátrico”.
“A oncologia pediátrica ainda é uma área com conteúdo científico escasso. Contudo, os estudos apresentados no evento trouxeram atualidades na área e incentivos à pesquisa. Os conteúdos apresentados nos proporcionaram reflexões e aprendizados para realizar a busca de uma melhoria contínua para uma assistência segura”, concluiu Alnilan.
Conhecimento – Foram apresentados ainda os trabalhos: “O Uso de Jogo de Tabuleiro Sobre Bactérias Multirresistentes: Ação Educativa Voltada a Pacientes Oncológicos e Acompanhantes”, “Hora Dourada na Otimização do Tempo de Atendimento a Pacientes Oncológicos Febris: Um Estudo de Melhoria Contínua” e “Ação Educativa Prática de Incentivo à Higienização de Mãos Voltada para Pacientes Oncológicos Infantojuvenis”, apresentados pela coordenadora do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), Adrielle Monteiro.
Para Adrielle, os congressos científicos, além de promoverem atualização profissional, são espaços estratégicos para discutir fragilidades e ampliar redes de colaboração. “Eventos como esse nos ajudam a entender que alguns desafios são comuns em outras regiões do Brasil. Foi muito gratificante perceber que a nossa atuação não fica atrás das atividades realizadas em outros estados e receber elogios de profissionais renomados, como a enfermeira Ana Lygia. Ver nosso trabalho reconhecido nos motiva ainda mais a continuar e a documentar o que fazemos com tanta dedicação”, destacou.
Outro ponto destacado pela coordenadora do SCIH foi a influência da produção científica na consolidação das práticas realizadas no dia a dia hospitalar. “Não é achismo. O que fazemos tem fundamentação científica. Temos indicadores que mostram o que está funcionando e o que precisa melhorar. Isso se traduz em um atendimento melhor para o usuário”, afirmou Adrielle.
A coordenadora da Quimioterapia e da Unidade de Atendimento Imediato (UAI) do HOIOL, Fábia Araújo, defende que “a interação com outros especialistas e a troca de feedbacks foram muito valiosas, ajudando a enriquecer ainda mais os processos”. Ela é autora dos estudos “Protagonismo do Enfermeiro Frente às Melhorias Implantadas no Ambulatório de Quimioterapia em um Hospital Oncológico Pediátrico” e “Elaboração de Algoritmos para a Escolha de Cateteres Venosos em um Hospital Oncológico Pediátrico”, ambos apresentados durante o congresso.
“Sabemos que a enfermagem desempenha um papel fundamental na produção científica em oncologia pediátrica. Afinal, profissionais de enfermagem estão diretamente envolvidos no cuidado diário dos pacientes, o que os coloca em uma posição estratégica para identificar questões que podem ser transformadas em pesquisas. Essa contribuição é essencial para desenvolver novas abordagens terapêuticas, melhorar a qualidade do atendimento e a experiência das crianças e respectivas famílias durante o tratamento”, completou.
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