No clima do mundial, usuários e acompanhantes brincaram de ‘futebol de tecido’ e reforçaram a torcida na estreia das brasileiras no campeonato
De olho na Copa do Mundo Feminina da Federação Internacional de Futebol (FIFA), pacientes do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol), em Belém, participaram de partidas de futebol de tecido na brinquedoteca da instituição. A atividade de entretenimento antecedeu a estreia da seleção brasileira no mundial, nesta segunda-feira (24), contra o Panamá. O duelo ocorrido no Hindmarsh Stadium, em Adelaide, na Austrália, empolgou usuários e acompanhantes, que se mantiveram atentos às jogadas e festejavam a cada gol marcado na vitória das brasileiras de 4×0.
Inspirada na partida inicial da seleção na Copa, o ‘futebol de tecido’ do Hoiol reuniu crianças e seus acompanhantes na competição alternativa entre Brasil e Panamá. Na brincadeira, os participantes não precisaram correr atrás da bola, mas apenas segurar nas pontas de um lençol cujo desenho e recorte formam um campo de futebol.
Com a empolgação da torcida, os competidores balançavam o tecido para que a bola, colocada inicialmente ao centro, alcançasse os círculos demarcados nas duas extremidades. Na partida lúdica realizada na brinquedoteca da instituição, o Brasil empatou com o Panamá com placar de 1×1.
“Vivemos no País do futebol e pensamos em uma programação voltada para despertar esse sentimento nas crianças que estão internadas, em especial nas meninas. Por isso, promovemos o jogo entre Brasil e Panamá em uma versão de futebol de tecido. E as mães participaram intensamente desse momento bastante divertido para todos”, disse a integrante do setor de Humanização do Hoiol, Joyce Wanzeler.
Pedagoga, Joyce defende que, além de recreativo, o futebol de tecido ajuda a desenvolver a psicomotricidade nos participantes. “Adaptado, esse tipo de atividade trabalha a coordenação motora, o socioemocional e o cognitivo das crianças. O jogo em si trata tanto essas habilidades quanto o respeito que devemos ter com quem ganha ou perde uma partida, o que faz parte de toda competição. Essa consciência é muito benéfica para essa fase de desenvolvimento”, ressalta.
Atenta aos lances da partida, Thainar de Lima, mãe do paciente Thalysson, de 5 anos, aprovou a programação futebolística. “Sem dúvida, essa foi a atividade que meu filho mais gostou desde quando internou no hospital. Flamenguista, ele ama futebol e se divertiu bastante com tudo”, disse ela, que há dois anos acompanha a luta do filho contra a leucemia.
Representatividade – a primeira Copa do Mundo de Futebol Feminino foi realizada na China em 1991. Naquela edição, a seleção dos Estados Unidos superou outras 11 e sagrou-se campeã. Passadas mais de três décadas, o mundial chega à sua nona edição e Joyce celebra a notoriedade do torneio feminino no País onde esse esporte é tido como paixão nacional.
“Quando eu era criança, eu gostava de jogar futebol, mas alguns amigos diziam que não era coisa de menina. Que bom que hoje os tempos são outros e a torcida por essas mulheres que participam da Copa motiva tantas vidas. O Mundial Feminino de Futebol nos ensina muito, principalmente que a mulher é pertencente a todos os ambientes. O nosso lugar é onde quisermos estar”, concluiu Joyce.
Serviço – credenciado como Unidade de Alta Complexidade em Oncologia, o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo é referência na região amazônica no diagnóstico e tratamento especializado do câncer infantojuvenil, na faixa etária entre 0 a 19 anos. A unidade é gerenciada pelo Instituto Diretrizes, sob o contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), e atende pacientes oriundos dos 144 municípios paraenses e estados vizinhos.
Texto de Ellyson Ramos / Ascom Hoiol
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