Programação do Oncológico Infantil celebra a Semana das Mães

Colaboradores e voluntários prestam homenagens às acompanhantes de pacientes; eventos durante a semana também contemplaram colaboradoras

Em celebração ao Dia das Mães, o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol), em Belém, promoveu uma semana repleta de ações com foco em interações e incentivos à autoestima feminina. A instituição, gerenciada pelo Instituto Diretrizes, deu início às comemorações no último dia 8. A programação se estendeu até a manhã deste sábado (13), com a distribuição de brindes às homenageadas do mês.

 

A semana iniciou com mais uma edição do “Pequenos Chefs”, com temática especialmente dedicada às mães. No projeto, crianças internadas trabalharam habilidades culinárias e prestaram homenagens. As orientações ficaram por conta do professor, confeiteiro e cake designer, Paulo Freitas.

“Estar aqui, prestando trabalho voluntário, é maravilhoso, é de lavar a alma. Ontem foi o meu aniversário e isso que estou vivendo hoje é um grande presente. Apesar de estarem passando por uma situação que não é fácil, as crianças estão aqui, sendo estimuladas a aprender um pouco do mundo da confeitaria, do açúcar, e isso para mim é muito gratificante”, disse Freitas.

Autocuidado – a Semana também contou com momentos de orientação e cuidado voltados às mães que acompanham os pequeninos na luta contra o câncer.

A acadêmica de terapia ocupacional da Universidade do Estado do Pará (Uepa), Gabriele Santos, 23 anos, integra o projeto Liga Interdisciplinar de Saúde da Mulher e da Criança, que reúne estudantes de áreas da saúde e promove ações e pesquisas relacionadas a esse público. Foi por meio da articulação com a instituição de saúde referência em oncologia na Amazônia que o grupo promoveu, junto aos colaboradores, atividades de incentivo à prática do autocuidado.

“Trouxemos dinâmicas, momentos de relaxamento, práticas integrativas e complementares, e algumas orientações para as mães. É importante cuidar de quem cuida e estamos gostando bastante da experiência de ser voluntária no Oncológico Infantil. A gente sente que as mães precisavam desse momento e é muito bom proporcionar esse cuidado a todas elas”, afirmou a estudante.

Oficina – o corpo docente da Classe Hospitalar Professor Roberto França, situada no quinto andar do Hoiol, aliou as explicações diárias sobre sustentabilidade à execução de um projeto que transforma tampinhas de medicamentos em bijuterias. A confecção reuniu estudantes e seus responsáveis, que, com a ajuda da professora de artes, Alessandra Medeiros, produziram lembranças às mamães.

“Eu amei a oficina de bijus. Achei muito legal a iniciativa da escolinha das nossas crianças. Isso é um incentivo para nós e percebi que é até uma forma de ter uma renda a mais. Foi muito gratificante aprender a fazer pulseiras lindas, cordões”, disse Elizandra Costa, mãe de Tayla Brito, de 8 anos, que faz tratamento contra a leucemia.

As homenagens foram estendidas para os demais andares, onde as colaboradoras receberam lembranças do Núcleo de Gestão de Pessoas do Hoiol. A programação, embalada por música ao vivo, quebrou a rotina hospitalar e agradou as homenageadas.

“É tão prazeroso ter esses momentos no nosso trabalho e ser lembrada como mãe é aconchegante. O coração de mãe fica derretido, sensível, um sentimento único. Penso nos meus filhos, e o quanto os amo e sou amada. Mas aqui no hospital também temos os nossos filhos do coração, que são os nossos pacientes. Aqui, no dia-a-dia do cuidado, compartilhamos tantos momentos e estreitamos laços que o coração de mãe acaba adotando a todos”, disse a técnica de enfermagem do Hoiol, Dayse Oliveira.

Embelezamento – Com ações de estética, a brinquedoteca do segundo andar virou um estúdio fotográfico, no qual as mães foram maquiadas e fizeram fotos profissionais. 

“Tem mãezinha que fica tão preocupada com o seu filho, que esquece de si. Então essa programação vem para nos fazer lembrar da gente”, afirmou a mãe do paciente Ryan Silva, de 2 anos, Raiane Ribeiro, que está grávida de 6 meses de Davi.

Há três anos, a dona de casa Lucélia Alves, 31 anos, deixou o município de Altamira e decidiu morar em Belém. A mudança foi motivada pelo tratamento do filho, Carlos Otávio Costa, de 7 anos, que luta contra a leucemia. Na véspera do Dia das Mães, o pedido é o mesmo dos anos anteriores: a saúde do filho.

“Ele começou a sentir muitas dores, febre, manchas no corpo. Foi internado bem debilitado e desde então foram muitas lutas, muitos choros, muitas alegrias. Mas estamos aqui prontos para cantar vitória. Agradeço a equipe do hospital que é atenciosa e se eu pudesse pedir um presente do dia das mães seria a cura dele. O amor por ele não tem limites e meu maior presente seria continuar com ele nos meus braços. Apenas isso. O Carlos é meu presente, meu milagre vivo”, afirmou Lucélia bastante emocionada.

Texto: Ellyson Ramos