Em Belém, Hospital Oncológico Octávio Lobo celebra o brincar com pequenos pacientes

Para celebrar o Dia Mundial do Brincar, instituição promoveu uma semana festiva, de 22 a 26 de maio com jogos, brincadeiras, robótica, futebol de tecido e culinária

Mais que entretenimento, o brincar é um direito garantido às crianças conforme o Art. 31 da Convenção dos Direitos da Criança e do Adolescente e o Estatuto da Criança e do Adolescente. Esse direito é levado a sério pelos profissionais que atuam na reabilitação do público infantojuvenil assistido pelo Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol), em Belém. E, para celebrar o Dia Mundial do Brincar, comemorado neste domingo (28), a instituição de saúde promoveu uma semana festiva, de 22 a 26 de maio. Jogos, brincadeiras, robótica, futebol de tecido e culinária fizeram parte da programação.

A data foi criada em 1999 pela pela International Toy Library Association (ITLA), sendo lembrada em mais de 40 países.

“A semana mobiliza sobre a importância do brincar para o bem-estar dos nossos usuários, contudo, em conformidade com nossos princípios organizacionais e com a nossa missão, esse direito é uma das prioridades do hospital. Sabemos da relevância para o desenvolvimento dos nossos pacientes, por isso, realizamos atividades lúdicas e educativas durante todo o mês a fim de favorecer os saberes, as descobertas, o imaginário infantil e a construção de vínculos sociais. Aqui, no Hoiol, brincar é mais que diversão, é cuidado”, destacou a diretora-geral, Sara Castro.

Um cuidado que também se estende aos pais, a exemplo de Lorena Ribeiro, 29 anos, que acompanha o filho Antônio Henrique, 6 anos, durante a internação. Mãe e filho participaram das atividades e interagiram entre si e com os demais participantes. “Adorei a programação. Meu filho já estava ansioso porque o painel estava montado desde sábado passado, então, ele estava aguardando pela chegada desse momento. Gostei bastante de interagir com outros pais e de vê-lo se conectar com outras crianças porque considero muito importante estar com ele em todos os momentos, até na brincadeira”, disse.

“Preparamos uma semana inteira de atividades para além daquelas que já desenvolvemos de forma programada. Desta vez, trouxemos brincadeiras antigas,.como batata quente e pescaria. Tudo foi preparado com muito carinho para amenizar a quebra da rotina com as quais eles estavam acostumados antes de receberem o diagnóstico do câncer. Foi uma semana incrível e leve”, comemorou a brinquedista do setor de humanização, Yumi Dias.

A terapeuta ocupacional Carla Lima destacou que o brincar é a principal ocupação das crianças e favorece o desenvolvimento motor, cognitivo e a socialização. Segundo a terapeuta, consiste em um recurso de reabilitação e estímulo para o enfrentamento da adversidade.

“Durante o adoecimento, é o único fator que pode levar a um escape. Por isso, oferecemos alguns recursos e usamos algumas estratégias, remetendo a algo que eles gostam para trazer um pouco do lar para cá. E, se for compatível com a hospitalização, realizamos, mas, em outras situações, adaptamos as atividades. Eles falam muito em jogar bola, soltar pipa e pega-pega, porém, não é possível em nosso ambiente, por isso, pensamos em maneiras para amenizar essa vontade”, relatou.

Para quem gosta de futebol, a solução veio na forma de futebol de tecido, um jogo em que os jogadores cooperam para fazer o gol com a bola adentrando nos buracos. A adaptação ficou por conta do Escritório de Experiência do Paciente, que organizou o clássico Re x Pa.

“O futebol é uma paixão brasileira que começa desde muito cedo. Devido a condições clínicas, nossos pacientes não podem realizar essa atividade de forma convencional. Então, promovemos uma brincadeira completamente inclusiva e mesmo com suportes nos braços, mãos ou nos pezinhos, eles conseguem jogar o estimado futebol, para isso, basta ter uma das mãos livres”, disse Elizabeth Cabeça.

Texto: Leila Cruz/Ascom Hoiol