Pacientes do Oncológico Infantil participam de ação em comemoração à Páscoa

Colaboradores e voluntários organizaram evento com músicas, brincadeiras e reflexão sobre os símbolos pascais que fazem parte deste período

Crianças e acompanhantes se divertiram no Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém

O Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol), em Belém, realizou, na manhã deste sábado (8), programação alusiva à Páscoa. Reunindo crianças e adolescentes assistidos pelo hospital, a ação contou com teatro de fantoches, música e muitas interações. O grupo de voluntários Sorriso Aberto, da Igreja Angelim, conduziu a narrativa do espetáculo montado em meio à Brinquedoteca do 2°andar. A apresentação ressignificou o período pascal para as crianças e acompanhantes que vivenciaram momentos de reflexão e oração.

A gestora de RH Flávia Alcântara, 37 anos, integra o grupo voluntário, que distribui brindes e reflexões ao invés de doces. “Procuramos trabalhar a Páscoa de uma forma diferente. Não há distribuição de chocolates e sim de brindes e pensamentos sobre o que esse momento representa para os cristãos. Afinal, quando a gente fala de fortalecimento espiritual para crianças, pensamos na evangelização sendo repassada de uma forma lúdica para que elas possam conhecer o real significado da Páscoa, que não se resume aos doces e comércio”, disse.

Ainda segundo a voluntária, os sentimentos de fé e gratidão são as forças que a mantém assídua no trabalho filantrópico. “Este é o meu segundo ano no Hoiol. É muito gratificante vir, pois desde a minha primeira experiência, eu saí renovada. Eu venho para cá com o coração aberto, repleto de alegria e amor por essas crianças, mães e acompanhantes que enfrentam o câncer juntos”, afirmou.

Integrante do grupo Sorriso Aberto, Flávia Alcantara é voluntária do Hoiol Foto: Ellyson Ramos/Ascom HOIOL

Há pouco mais de três anos, o intérprete de Tio Pipoca, Rogério Silva, sofreu um grave acidente de trânsito. A experiência foi compartilhada como testemunho de fé e esperança aos que acompanhavam a apresentação do músico, totalmente recuperado. 

“A nossa caminhada estava indo tão bem e, de repente, um acidente mudou tudo. Meu marido estava vegetando. Não via, não ouvia, não falava e não se movimentava. Abri mão do meu emprego para cuidar do meu meu esposo e sei que não é fácil viver em um hospital. Mas foi durante a internação dele no Hospital Metropolitano que eu passei a falar mais de Deus ao meu próximo, pois acredito que quem planta oração, colhe milagres”, recordou a esposa de Rogério, Izamara, que dá vida à Tia Iza.

Além de permitir a socialização e a expressão de sentimentos, ações lúdicas são fortes aliadas à estabilidade emocional, principalmente durante longos períodos de hospitalização. “Os voluntários vieram somar conosco em mais um evento organizado com muito carinho para as nossas crianças. A temática trazida abordou o verdadeiro significado da Páscoa, contado com muita música e animação. E isso tudo faz muita diferença na vida de quem está internado”, afirmou a integrante do setor de Humanização do Hoiol, Joyce Wanzeler.

A fiscal de caixa Jacqueline Amaral, 37 anos, acompanha a filha Vivian, de 17 anos, internada há uma semana na instituição. Ela conta que a programação foi bastante emocionante e alegrou a filha, que se distraía apenas lendo livros dentro da enfermaria.

“Acredito que, para crianças e adolescentes, ficar muito tempo no quarto não seja algo tão fácil. Minha filha nunca ficou internada, então é algo muito novo. Imagina, ela era uma menina muito ativa, com rotina acelerada, escola, preparação para o vestibular e, de repente, se vê hospitalizada. Quando ela soube da programação de hoje, ela ficou muito feliz por poder sair do quarto, ver gente nova e sorrir, que é o mais importante”, disse Jacqueline.

Lucicleia e Abner (à direita) acompanham apresentação do teatro de fantoches Foto: Ellyson Ramos/Ascom HOIOL

Moradora de Brasil Novo, no sudoeste paraense, Lucicleia Silva, 33 anos, acompanha o filho Abner Carneiro, 9 anos, internado no Hoiol há oito dias. Cristã, a dona de casa se disse feliz e emocionada com a ação. “Meu filho tem um tumor no cérebro e vai passar por cirurgia na terça-feira (11). Enquanto estamos internados, participamos da programação, que foi muito boa. Eu pude sentir a presença de Deus e achei muito legal”, disse a mãe. “E eu gostei de tudo que falaram e dos bonequinhos”, completou a criança.

O momento é especial também para os colaboradores que vivem a Páscoa na instituição gerenciada pelo Instituto Diretrizes. “É um momento mágico, incrível. É importante mostrarmos para as crianças a vida de Jesus de uma forma bem criativa. O recurso pedagógico ajuda bastante a memorização da história e a interação de todos nesse momento. Os pequenos entendem quem era Jesus e, de uma forma leve, o real significado da Páscoa”, afirmou a brinquedista, Bruna Dominguez.

Texto de Ellyson Ramos / Ascom Hoiol