Voluntários levam o fascínio por super-heróis ao ambiente hospitalar e animam o dia de crianças e adolescentes que lutam contra o câncer
Pacientes do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol), em Belém, receberam na tarde de sexta-feira (24) a visita de cosplayers – artistas que dão vida a personagens mais admirados da cultura pop. Com os trajes de super-heróis conhecidos do grande público que gosta de séries, filmes, histórias em quadrinhos e games, os voluntários percorreram as enfermarias e animaram os pacientes, que interagiram e garantiram muitas fotos.
Durante a visita, máscaras personalizadas, medalhas e bolinhos de “super força” foram distribuídos aos pacientes. Os detalhes fizeram parte da mostra criativa idealizada pelo setor de Humanização do Oncológico Infantil, e ganhou o reforço de dramatizações dos artistas.
“Uma das nossas principais entregas é o lúdico. É pensando na importância desse processo de ludicidade que buscamos firmar parceria com o maior número de voluntários possível. Capacitamos, certificamos e valorizamos esses profissionais, pois acreditamos no poder das parcerias para a garantia de um planejamento de ações rico e extenso”, explicou a coordenadora de Humanização do Hospital, Natacha Cardoso.
Ação voluntária – Considerado um hobby para muitos participantes, o cosplay não se limita à vestimenta, mas à caracterização, maquiagem e interpretação da personalidade da inspiração escolhida. O auxiliar administrativo Jefferson Pereira é cosplayer desde os 16 anos. Vestido como “Doutor Estranho”, aos 22 anos ele vivenciou o trabalho voluntário na unidade. “O cosplay não estabelece filtros. Podemos ser o que quisermos, qualquer personagem. Esta é a minha primeira ação social no Hospital, e é muito legal quando as crianças sorriem. Dizem que somos o personagem favorito delas, e pedem para fazer foto”, contou.
Há um ano, o interesse no trabalho voluntário fez o advogado Luan Villas Boas entrar no universo cosplay. Ele buscou inspiração na internet para confeccionar a própria fantasia e iniciar as parcerias. “Eu acompanhava um Batman na internet que fazia ações sociais, e surgiu a vontade de realizar um trabalho parecido. Quando eu era criança não tive a experiência de conhecer de perto um super-herói. É algo que, certamente, teria sido muito marcante. É por isso que estou aqui. É uma satisfação pessoal fazer parte da memória dessas crianças. Ser cosplayer voluntário é uma terapia”, afirmou.
Residente no município de Benevides, na Região Metropolitana de Belém, Thainar de Lima acompanha o filho Thalyson, que há dois anos trata uma leucemia. Ela disse que a criança ficou feliz em poder interagir com os cosplayers visitantes. “Ele é tímido, mas gosta muito de super-heróis. Até estava pintando um Homem-Aranha sem imaginar que hoje o herói estaria aqui. Quando percebeu, foi até a porta e ficou espiando”, completou Thainar.
Cuidado – Segundo Natacha Cardoso, todo voluntário passa por triagem para que sejam identificados os propósitos das ações. Após a entrevista, há um período de integração, no qual os candidatos são capacitados sobre o que é permitido dentro do ambiente hospitalar, e verificado, por exemplo, se a carteira de vacinação está em dia.
“A humanização é uma parte do tratamento ofertado dentro da assistência. Nós caminhamos juntos com o serviço de infecção e equipe de enfermagem para que, ainda no planejamento das ações, possamos pensar nos protocolos de segurança do paciente. Verificamos se a carteira de vacinação e os exames estão em dia. Avaliamos tudo com muita cautela, para que os profissionais externos possam atuar conosco e transitar dentro do ambiente hospitalar”, ressaltou a coordenadora.
Serviço: Credenciado como Unidade de Alta Complexidade em Oncologia, o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo é referência na região amazônica no diagnóstico e tratamento especializado do câncer infantojuvenil. A unidade é gerenciada pelo Instituto Diretrizes, sob contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), e atende pacientes oriundos dos 144 municípios paraenses e estados vizinhos.
Texto: Ellyson Ramos – Ascom/Hoiol.
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