Voluntários religiosos celebram o Dia Mundial da Oração com abraço simbólico no Oncológico Infantil

Realizada em frente à instituição, programação reuniu colaboradores, pacientes, acompanhantes e pedestres que transitavam no local

Foto: Ellyson Ramos/Ascom HOIOL

Originado no século 19, o Dia Mundial da Oração é celebrado em mais de 170 países. No calendário, firmou-se na primeira sexta-feira do mês de março, data que visa a promoção de obras missionárias, como a ocorrida em frente ao Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol), em Belém. Na ocasião, voluntários convidaram colaboradores, pacientes, acompanhantes e pessoas que transitavam pela travessa Quatorze de Abril, endereço da instituição, para participarem do momento religioso.

O clamor em prol dos enfermos assistidos no hospital comoveu quem acompanhava a programação, organizada pelo voluntariado, em parceria com o setor de Humanização da unidade gerenciada pelo Instituto Diretrizes. “O hospital observa o paciente de forma integral e busca atender as necessidades para além da medicação, do tratamento. A rede de voluntários do Hoiol tem grupos das mais diversas religiões, que estão conosco toda semana, fazendo visita à beira-leito, trazendo mensagens de força, músicas e orações. Eles se doam aos pacientes por meio da solidariedade e do amor”, completou a colaboradora Joyce Wanzeler.

Integrante da Associação Beneficente de Capelania Social (Abecas), Marina Moraes é voluntária do Hoiol e afirma que o evento mundial permite que os fiéis, independente do credo religioso, tenham uma experiência mais profunda com o que acreditam. “É uma celebração na qual todas as crenças realizam ações que sejam benéficas à humanidade. Como nós somos uma instituição que trabalha com ajuda humanitária e a disseminação do amor de Deus, aproveitamos este dia para clamarmos em nome dos que mais precisam”, explicou.

A cerimonialista, que se dedica ao voluntariado sempre que pode, diz que a oração transformou a vida dela e de toda a família Moraes. “Temos convicção que Deus opera milagres e que existe um propósito na vida de cada pessoa, como teve na vida da minha irmã, Cleise. Ela sofreu um acidente gravíssimo e os médicos disseram que as chances de sobrevivência eram baixíssimas. Eu dobrei meu joelho ali mesmo e orei. O bairro Guamá (em Belém) inteiro ficou sabendo do acidente. Amigos, conhecidos e até desconhecidos iam ao pronto socorro orar. A minha irmã diz que Deus deu a vida dela de volta e eu dei meu coração a Ele. O meu milagre está vivo”, relatou Marina.

História – no Brasil, o Dia Mundial da Oração é celebrado oficialmente desde 1938. O movimento tornou-se ecumênico e chegou aos mais diversos ambientes, inclusive os hospitalares. “No Hoiol nós somos acolhidos e nos sentimos motivados a realizar ações. A ideia do abraço simbólico na instituição surgiu a partir disso. Não podemos abraçar as crianças, pois existem regras, cuidados e precisamos respeitar. Mas abraçar a instituição com a nossa fé e oração, é por no colo e acolher cada criança”, defendeu Marina.

Uma tenda de oração foi montada em frente à instituição para quem desejasse receber uma palavra de fé. As auxiliares administrativas Flaviana Mendes e Carolaine Santos participaram do momento. “A oração é algo primordial na minha vida e não saio da minha casa sem antes pedir proteção. Agradeço por tudo e não deixo de apresentar ao Senhor as nossas crianças e todos que aqui trabalham”, disse Flaviana. “Orar é estabelecer uma conversa espiritual profunda com Deus, que nos dá forças para viver. Por acreditar nisso, afirmo que a programação foi maravilhosa, porque atingiu o público do hospital, os colaboradores e também o público externo”, complementou Carolaine.

A dona de casa Maristela Santos, de 63 anos, é avó de Nathan Joshua, de 6 anos. O pequeno luta contra a leucemia e a avó encontra na oração diária a força necessária para apoiar a família. “Nos hospitais, existem pacientes que estão em uma situação onde, talvez, a medicina não alcance a cura. Mas eu vejo a oração como a respiração, que nos mantém vivos. Clamar a Deus e pedir misericórdia por todas as pessoas é um ato lindo. Eu tenho muita fé e acredito que o médico cuida do físico, o capelão cuida do espiritual e Deus realiza milagres por meio da oração”, disse. 

 

Ellyson Ramos – Ascom Hoiol