Março Lilás: neoplasia maligna acomete principalmente mulheres entre de 25 e 64 anos e tem como principal agente o papilomavírus humano
O câncer de colo de útero é o segundo mais incidente na região Norte do Brasil, com uma taxa estimada de 20,48 casos por 100 mil mulheres. Somente no estado do Pará devem ser registrados 830 novos casos até o final deste ano, conforme os dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Para alertar sobre a importância das medidas preventivas e do diagnóstico precoce, o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol) realizou ontem (15) uma palestra para conscientizar o público feminino sobre a importância dos cuidados com a saúde, no auditório do hospital.
Também conhecido como câncer cervical, a neoplasia maligna do colo uterino se desenvolve de forma silenciosa, a partir de uma célula que cresce desordenadamente e pode se expandir para outro órgão, a chamada metástase. Os sintomas surgem na fase avançada, como dor, corrimento com odor fétido e sangramento irregular fora do período menstrual. A doença acomete principalmente mulheres com baixa escolaridade, mas também aquelas com histórico de infecções sexualmente transmissíveis e multiparidade.
“Anualmente, realizamos o planejamento das ações educativas com as escolhas de assuntos relevantes para a saúde de homens e mulheres. Neste mês, estamos conscientizando sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de colo de útero, um problema de saúde pública ainda muito frequente na população brasileira, sendo um dos tipos que mais adoece e causa a morte das mulheres paraenses”, informou o médico do trabalho do Hoiol, Márcio Maués.
Segundo o médico, a estratégia é trabalhar a promoção de saúde para a prevenção de problemas, assim como tornar os participantes multiplicadores de informação. “Organizamos rodas de conversas para abordar sobre a importância de manter em dia o exame preventivo ginecológico, o Papanicolau, que deve ser percebido como uma regra e não como uma eventualidade”, enfatizou.
Ele destacou ainda que entre 2020 e 2021, ocorreu a dificuldade no acesso às redes de serviços devido à pandemia da Covid-19. Somente a partir de 2022, o cenário começou a mudar, portanto neste ano é necessário alavancar a retomada das medidas preventivas.
“A recomendação atual do Ministério da Saúde é de que todos os meninos e meninas de 9 a 14 anos de idade devem receber a vacina contra o Papilomavírus Humano (HPV). Também é imprescindível a realização do preventivo em todas as mulheres com vida sexualmente ativa, prioritariamente entre 25 e 64 anos. Caso sejam detectadas lesões precursoras, o tratamento efetivo consegue evitar que evoluam para o câncer”, esclareceu.
A auxiliar administrativa, Brenda Silva, 28 anos, não se descuida dos exames. “É uma questão que me preocupa bastante, não deixo de fazer meu check-up anual, incluindo as consultas e exames ginecológicos. É melhor prevenir do que padecer de um mal maior e cada um pode multiplicar essa informação para as mães dos pacientes, principalmente sobre a importância da vacinação”, afirmou.
Texto de Leila Cruz / Ascom Hoiol
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