Hospital Público do Leste já realiza cirurgia para tratamento de câncer colorretal

Março é marcado como mês mundial de conscientização do câncer colorretal, por meio da campanha “Março Azul Marinho”. A campanha propõe discussões sobre o segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres no Brasil, atrás apenas do câncer de mama, conforme informações do Instituto Nacional de Câncer (Inca). A doença, que também acomete os homens, é conhecida como câncer do intestino grosso ou câncer de cólon.

Ainda de acordo com o Inca, o câncer de cólon e reto abrange tumores na parte do intestino grosso, no reto e ânus. Geralmente se desenvolve de forma lenta e, caso descoberto em estágio inicial, tem amplas possibilidades de cura.

Breno Albuquerque, cirurgião oncológico do Hospital Regional Público do Leste (HRPL), no município de Paragominas, na região Sudeste, orienta sobre prevenção do câncer colorretal. Segundo ele, é preciso manter uma dieta rica em fibras, diminuir a ingestão de alimentos processados e embutidos (como mortadela, salsichas e enlatados), ingerir a quantidade apropriada de água diariamente, manter controle do peso, realizar atividades físicas, não fumar e restringir ingestão de carne vermelha a 500 gramas por semana.

O médico informa que nos estágios iniciais o câncer colorretal pode ser assintomático, porém é aconselhável que as pessoas fiquem atentas a alterações no hábito intestinal, como intercalação de fezes normais com quadro diarreico, diarreia crônica, presença de sangues nas fezes, sintomas de anemia subclínica (de grau moderado) e, em estágios mais avançados, massas abdominais palpáveis, além de perda de peso e dores no abdômen.

Atendimento – Recentemente, o HRPL passou a oferecer o serviço de cirurgia oncológica para câncer colorretal. As consultas são agendadas via sistema de regulação ambulatorial do Estado. O hospital conta com profissionais especializados em cirurgia oncológica, cirurgia do aparelho digestivo e cirurgia geral.

Antes de ser admitido no Hospital é importante que o paciente já tenha feito colonoscopia, exame que detecta tumor no reto ou no cólon, para colher material para biópsia e confirmar o câncer de intestino. Alguns casos apresentam indicação de quimioterapia e radioterapia neoadjuvante (realizada antes da cirurgia), e grande parte deles pode ser encaminhada diretamente para cirurgia após exames de estadiamento (processo de para determinar a localização e extensão do câncer no corpo), como tomografias e exames pré-operatórios, oferecidos no próprio HRPL.

Sobre o diagnóstico da doença, explica o cirurgião oncológico, o processo começa com um exame que pesquisa a presença de sangue nas fezes em pessoas acima dos 50 anos. O exame pode ser solicitado por profissionais das unidades Básicas de Saúde (UBSs), como parte da triagem. O cirurgião ressalta que, caso o resultado deste exame seja positivo, o paciente deve fazer a colonoscopia.

Prevenção – Breno Albuquerque destaca que “pacientes com algum tipo de predisposição de risco aumentado de câncer de cólon e reto devem realizar os exames preventivos mais precocemente”. Entre os fatores de risco citados pelo médico estão obesidade, tabagismo, histórico de câncer na família (principalmente em parentes de primeiro grau), portadores de doenças inflamatórias intestinais e pessoas acima dos 50 anos. Sobre as causas do câncer colorretal, o médico informa que são variadas, como ambientais e genéticas, e aconselha evitar os fatores de risco.

Após a cura, os pacientes oncológicos continuam sendo acompanhados pela equipe do HRPL por até cinco anos. Aqueles que precisam de tratamento complementar, como quimioterapia e radioterapia, são encaminhados ao Hospital Ophir Loyola ou Hospital Barros Barreto, por meio do protocolo de Tratamento Fora do Domicílio seguido pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

Rômulo Rodovalho, secretário de Estado de Saúde Pública, reforça a ampliação do serviço e da qualidade da assistência oferecida à população da Região de Integração Rio Capim. “Sabemos que o câncer colorretal é um dos mais prevalentes do mundo, atingindo homens e mulheres. Ver que estamos contribuindo para o tratamento e cura da doença, com atendimento cirúrgico e pós-cirúrgico e equipe multiprofissional capacitada para oferecer atendimento à população de 23 munícipios no Hospital Regional Público do Leste, nos deixa muito satisfeitos. Isto só reforça nosso empenho em expandir os benefícios na área de saúde da região, e nossa garantia de dar uma maior qualidade de assistência aos nossos usuários, diminuindo a necessidade de deslocamento para a capital em boa parte dos casos. É um salto de qualidade para a saúde de quase um milhão de pessoas da Região do Capim”, assegura o secretário.

Texto: Joelza Silva/HRPL

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